quarta-feira, 31 de maio de 2017

Assuntos Bem Resolvidos

Depois eu percebi. Ela nunca gostou muito de despedidas. Já eu, quase que me despeço das pessoas como se fosse a última vez que as estou a ver. No entanto eu esperei até ao último dia que ela me contactasse para se despedir de mim. Como eu precisava de um último abraço dela. Ela sabe que aquela última semana de Maio não foi das melhores semanas da minha vida. A angústia e o desespero começou a tomar conta de mim. É como se acabássemos de escalar uma grande montanha e, subitamente, escorregamos. O tempo congela, e não tem mais volta, sabemos que, por mais que tentemos nos agarrar, não vamos conseguir. Estamos perdidos. Só vamos parar lá baixo: despedaçados.  

Por motivos completamente diferentes, aquela também não terá sido uma boa última semana de Maio para ela. No meio de todo aquele turbilhão familiar, e das amigas, lá pelo meio ela sabia que também existia eu: por mais que não quisesse, ela sabia que me estava a magoar profundamente. E bem que depois eu percebi que há já algumas semanas que ela já me estava a preparar, ou melhor, há algumas semanas que ela se estaria a preparar, tentando descobrir uma forma de me administrar uma anestesia para o que iria acontecer. 

E como me divertiu depois, tal como agora que me lembro, pensar que eu lhe havia dito - logo a ela! - que haveria de ser ela que me haveria de deixar. Mas nunca se está preparado. Não eu, que sempre que escalo, faço-o sem pára-quedas, e já se sabe, se algo correr mal, não há salvação possível. 

Naquele último dia, naquela última viagem, montada no meu cavalo preto e agarrada a mim, ela dizia-me "Tens de aceitar, se não aceitares vai ser muito mais doloroso para ti". E eu disse-lhe de forma veemente que "Não aceito". Claro que, teoricamente, ela tinha razão, mas eu acho que ela também saberá que eu tinha os meus motivos em não aceitar. Eu havia esperado nove anos por ela e convenhamos que nove anos é muito tempo. É muito tempo, para que depois de ter escalado nova montanha - e por detrás de uma grande montanha há sempre outra maior não é? - e de ter chegado lá acima, a vida me tivesse pregado tamanha armadilha. "Não aceito" gritei-lhe, enquanto tentava conter as lágrimas... 

Via Pinterest
E o dia do voo haveria de chegar. E não nos haveríamos de despedir. E ela voava, literalmente, para longe de mim. O bilhete era só de ida, sem regresso, e eu sabia que ela não mais haveria de voar para mim. Pelo menos não nesta vida. 

Mas meses depois, e por iniciativa dela, visto que eu nem fazia ideia que ela estava uns dias por Portugal, haveríamos então de nos reencontrar. E tantas vezes que eu ensaiei aquele momento mas não foi preciso. Ela tomou conta da ocorrência, e haveríamos de nos abraçar mal chegamos junto um do outro. 

Eu agradeci-lhe por ela fazer questão de se querer encontrar comigo. Ela disse-me que ela é que me tinha de me agradecer por eu, apesar de tudo, estar ali com ela. E eu acho que, se foi tão importante para mim que nos apaziguássemos, que ficássemos em paz um com o outro, talvez para ela, e por diferentes motivos, tivesse sido ainda mais importante. 

À pouco, mal cheguei a casa, pensei nisso. Completam-se agora dois anos. E orgulho-me por termos ficado bem. Ambos, fruto da idade e já com experiências passadas, concordávamos que só quando termina uma relação, ou só sob uma grande tensão emocional, é que conhecemos verdadeiramente quem é a outra pessoa que esteve connosco. Se lhe perguntarem, ela irá dizer que já me conhecia muito bem - e não tenho dúvidas disso - mas cá entre nós, eu também não tenho dúvidas que depois que ela voou para longe de mim, ela ficou a conhecer-me com muito mais conhecimento de causa.

Vamos estando em contacto. E vamo-nos escrevendo regularmente. E ela até foi um daqueles anjos que, todos os dias me perguntava como eu estava depois da cirurgia e, este ano, até conseguiu o feito extraordinário de ser a primeira pessoa a dar-me os parabéns!, se calhar também para contrabalançar com o ano anterior!  

Mas passado todo este tempo, só queremos que o outro seja feliz, e quando desejamos que a pessoa que tanto queríamos ao nosso lado possa ser feliz sem nós, isso de facto é muito bonito. E se as pessoas passam a vida a falar da questão dos assuntos mal resolvidos nas relações, aqui trata-se do oposto. Foi um assunto bem resolvido. Um dia ainda me dirão que foi bem resolvido demais. E quais as implicações disso? O futuro me dirá dentro de momentos...

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Depressão: o confronto com o inevitável

O último programa "O Amor é" da Antena 1, que ouvi ontem, versou sobre um artigo que saiu a semana passada no El País, e que refere que dois milhões e meio de espanhóis sofrem de depressão, e que a depressão em 2030 será a primeira causa de incapacidade no mundo. Já o programa  caminhava para o fim, quando retive estas palavras do mestre, e que eu mesmo digo tantas vezes:

"O que não se pode esperar é que, seja qual for a pastilha, vá alterar essas condições, que estão a pôr-lhe a cabeça num torno, ou que modifiquem formas de funcionar que se tornaram em si reflexas e que fazem com que a sua vida não corra bem, e que você se prejudica a si mesma. Não pode pedir isso à pastilha. Em contrapartida,numa psicoterapia pode descobrir isso e pode modificar maneiras de funcionar. O que não é fácil. 

Porque, por exemplo, para essas pessoas (na maior parte das vezes) de uma forma inconsciente, por incrível que lhe possa parecer, a situação que, neste momento as atormenta é má, mas a resolução dessa situação é ainda mais ameaçadora. 

Vou-lhe dar um exemplo clássico (que mostra bem como estou num dia sem réstia de imaginação!) : se aquela pessoa está deprimida por a sua vida conjugal ou a sua relação estar de pantanas, e ela sofre forte e feio, mas se a pessoa, durante a psicoterapia, começa, consciente ou inconscientemente, a aperceber-se que a única maneira de resolver aquilo é a separação, a pessoa pode desaparecer da psicoterapia. Porque a hipótese da separação, é ainda mais aterradora do que a maneira como sofre. 
Ou por questões religiosas, ou porque na família nunca ninguém se divorciou, ou porque tem lá um medo, pânico, de ficar sozinha, ou por, uma miríade de razões: é mais ameaçador sair daquele estado, do que nele ficar, e esta pessoa pode, por exemplo, tornar-se deprimida crónica. 

Júlio Machado Vaz 

Para ouvir o programa: A depressão ainda é um tabu

sábado, 27 de maio de 2017

Para a Eternidade...



... O tempo aqui parou
Desde que te foste embora
Só a saudade ficou
já não aguento tanta demora

Tenho tanto por dizer 
Tanto por te contar 
Que a vida não chega 
Tenho o céu e tenho o mar 
E tanto para te dar 
Que a vida não chega 

Tenho tanto por dizer 
Tanto por te contar 
Que a vida não chega 
Tenho o céu e tenho o mar 
E sei que vou te amar 
Para a eternidade...



"A vida não chega" / Amores Imperfeitos / Viviane / 2005


Como é que se pode dizer a uma pessoa que é demasiado feliz?

Quase todos os dias, de manhã, na viagem de casa para o trabalho, ouço o programa da Antena 1 "Portugueses no Mundo", em que ouvimos as experiências de diferentes portugueses que decidiram emigrar para estudar ou trabalhar noutros países do mundo. Aprende-se muito sobre as diferentes culturas, e muitas vezes retenho algumas coisas, como neste episódio:


- Como é que foi quando chegou a Colónia?

Cheguei à Alemanha em Janeiro, estava frio, frio, frio. E além do tempo frio, as pessoas também são frias e Portugal era uma coisa praticamente desconhecida. Portanto nós eramos uma província de Espanha, nós falávamos todos espanhol, com jeitinho também falávamos francês, e foi todo um processo de explicar que isso não é verdade. Nós somos um país, e somos um grande país, apesar de estarmos na pontinha da Europa... E uma das coisas que me disseram e que me deixou profundamente chocada foi que eu sorria muito e que eu não podia ser tão feliz. Quando eu ouvi isto eu fiquei como assim? Como é que se pode dizer a uma pessoa que é demasiado feliz? Eles são pessoas muito frias, os alemães em geral, mas depois de um processo de adaptação corre bem, só que temos de nos adaptar.

Mafalda Pereira, 24 anos,  há um ano e meio na Alemanha

O programa pode ser ouvido aqui.


quarta-feira, 24 de maio de 2017

Inveja do Pénis & Obsessões Urinárias

O caso mais interessante é o de Florrie recolhido por Havelock Ellis (Psycology of sex), e cuja análise Stekel retomou posteriormente. Dou portanto aqui o relato minucioso do caso:

Trata-se de uma mulher muito inteligente, artista, ativa, biologicamente normal e não invertida. Conta ela que a função urinária desempenhou papel importante na sua infância; brincava aos jogos urinários com os irmãos e molhavam as mãos sem nenhuma repugnância: 

“As minhas primeiras concepções da superioridade dos homens relacionaram-se com os órgãos urinários. Ressentia-me da Natureza por me ter privado de um órgão tão cómodo e tão decorativo. Nenhuma chaleira privada do seu bico jamais se achou tão miserável. Ninguém precisou insuflar-me a teoria da predominância e da superioridade masculinas. Tinha uma prova constante sob os olhos”.
 
Ela própria experimentava grande prazer em urinar no campo. 

“Nada se lhe afigurava comparável ao ruído encantador do jato sobre as folhas mortas em um recanto de bosque e ela observava-lhe a absorção. Mas o que mais a fascinava era urinar na água.” 

É um prazer a que muitos rapazes são sensíveis e há toda uma série de estampas pueris e vulgares que mostram rapazes urinando em tanques ou regatos. Florrie queixa-se de que a forma das suas calças a impedia de se entregar às experiências que quisera tentar; muitas vezes durante os passeios no campo, acontecia-lhe reter a urina o mais possível e, bruscamente, aliviar-se de pé. 


“Recordo perfeitamente a sensação estranha e proibida desse prazer e também meu espanto de que o jato pudesse sair quando eu estava em pé.” 

A seu ver, as formas das roupas infantis têm ‘muita importância na psicologia da mulher em geral. 

“Não foi apenas para mim uma fonte de aborrecimentos ter de desfazer-me das calças e depois abaixar-me para não lhe sujar a frente. A parte de trás, que deve ser puxada e deixa as nádegas a nu, explica por que, em muitas mulheres, o pudor situa-se atrás e não na frente. A primeira distinção sexual que se impôs a mim, na verdade, a grande diferença, foi verificar que os rapazes urinavam de pé e as meninas agachadas. Foi provavelmente assim que meus mais antigos sentimentos de pudor se associaram às minhas nádegas mais do que a meu púbis.” 

Todas essas impressões assumiram, em Florrie, importância extrema porque o pai chicoteava-a frequentemente até fazer sangue e uma governante, certa vez, batera-lhe a fim de obrigá-la a urinar; ela era obcecada por sonhos e fantasias masoquistas em que se via açoitada por uma preceptora sob os olhos de toda a escola e urinando, então, contra a vontade, “ideia que me causava uma sensação de prazer realmente curiosa”. Aos 15 anos, aconteceu-lhe urinar de pé, na rua deserta, instada por uma necessidade urgente. 

“Analisando as minhas sensações, penso que a mais importante era a vergonha de estar em pé e o comprimento do trajeto que o jato deveria percorrer entre mim e a terra. Essa distância fazia disso algo importante e visível, ainda que que vestido o escondesse. Na atitude habitual havia um elemento de intimidade. Quando criança, o jato, mesmo grande, não podia percorrer um longo trajeto; mas, com quinze anos e alta, senti vergonha em pensar no comprimento do trajeto. Tenho certeza de que as senhoras às quais me referi, que fugiram apavoradas do mictório moderno de Portsmouth, consideraram muito indecente para uma mulher ficar em pé e de pernas abertas, levantar as saias e projetar tão longo jato por baixo.” 

Florrie recomeçou aos vinte anos a experiência e a repetiu, posteriormente, muitas vezes; sentia uma mistura de volúpia e de vergonha à ideia de que podia ser surpreendida, sendo-lhe impossível parar. 

“O jato parecia sair de mim sem meu consentimento e, no entanto, causava-me maior prazer do que se o houvesse feito voluntariamente"

Essa sensação curiosa de que é tirado de nós por algum poder invisível, que decidiu que o faríamos, é um prazer exclusivamente feminino e de um encanto sutil. Há um encanto agudo em sentir a torrente sair em virtude de uma força mais poderosa do que nós mesmas.” Posteriormente, Florrie desenvolveu em si um erotismo flagelatório sempre acompanhado de obsessões urinárias.


segunda-feira, 22 de maio de 2017

O Mérito da Batata

Vamos fazer o seguinte exercício: imaginemos uma mulher que hoje se sente muito feliz depois de duas longas relações. 

Numa primeira relação tinha um companheiro que, enquanto não descobriu, lhe punha os cornos com qualquer outro rabo de saia que mexesse; o sexo durava entre três a quatro minutos e  acabava no momento em que acabava de se vir. As discussões eram constantes e não a respeitava minimamente. 

Depois conheceu um outro homem que sempre a tratou bem e a respeitou. O sexo era excelente e nunca tinha tido tantos orgasmos como até então. Tudo corria às mil maravilhas e sentia-se muito feliz. 



Respondam-me então: de quem é a responsabilidade para que esta mulher se sinta agora feliz? Do primeiro homem ou do segundo homem?

É que hoje, liguei o rádio, e num daqueles fóruns de opinião pública, ouvi umas quantas pessoas a dizer que o mérito para que Portugal tivesse saído do "Procedimento por Défice Excessivo" era do governo anterior, que enterrou o país em austeridade.

Isto seria o mesmo que dizer que, o responsável para que esta mulher hoje se sinta feliz, foi do gaijo que a tratou tão mal!! Pois se ele não a tivesse encornado e tratado muito mal, hoje ela nunca que seria feliz! E isto é o mérito da batata!

Correios Privados de Portugal: um Serviço de Merda

Sempre que se privatiza uma empresa pública, lá nos vêm com a ladainha do costume, que iremos ter um melhor serviço, ou que vai passar a existir concorrência e consequentemente melhores preços. Mas já estamos habituados: é sempre ao contrário! Os serviços passam a ser piores, enquanto que por outro lado os preços disparam. No privado vão sempre fazer pior daquilo que se fazia no público, simplesmente porque as empresas vão-se focar, não olhando a meios para terem lucro, e não em prestar um serviço de qualidade. 

Salvo raaras exceções, eu nunca tive que dizer do serviços dos CTT, Correios de Portugal. Enviei e recebi milhares de encomendas. Houve uma vez que enviei uma encomenda para as ilhas, num valor de cerca de 60€, em correio normal, não sendo assim possível rastrear a encomenda. A pessoa advertiu-me que ainda não tinha recebido a encomenda, e eu fiz meia dúzia de telefonemas e lá se conseguiu saber em que posto dos correios é que a encomenda foi parar. 

Mas entretanto os senhores ministros Passos Coelho e Paulo Portas privatizaram este setor estratégico dos correios, um serviço que era reconhecido como sendo um dos melhores do mundo, transformando Portugal no único país da União Europeia com um serviço de correios privados. 

E aos poucos, desde 2013, data da privatização, tudo começou a mudar. E começou a mudar para pior. Já no início deste ano, até o próprio primeiro-ministro António Costa, classificava como "inaceitável" os atrasos dos CTT na entrega das pensões dos pensionistas portugueses. 


E também eu comecei a notar essa degradação do serviço, mas o cúmulo chegou agora este mês. Fiz duas encomendas de livros, separadas de uma ou duas semanas, e tanto uma como outra, demoraram seis dis úteis a chegar! Seis dias úteis! Estamos a falar do dobro do prazo máximo que os Correios dão para um envio! No máximo, uma encomenda em correio normal, pode demorar até três dias úteis!! 

Mas ainda há um terceiro caso, ainda mais gritante! Deixei uma encomenda de 16Kg no posto dos correios da minha aldeia para depois ser despachada, pois o sistema não estava a funcionar. A funcionária, minha conhecida, havia-me dito que aquilo deveria ficar entre 15 e 20€. Mas uma surpresa estava-me reservada quando lá passei para pagar: 35,66€!!
Eu com este valor, quase que podia apanhar um avião, entregar a encomenda em mãos em Lisboa, e ainda ir passear e depois regressar ao Porto! 35€ ? Mas está tudo louco? 

E agora que os CTT são privados, lembraram-se, vejam bem, de abrir um Banco! Mas eu já percebi o esquema! Abrem um banco, porque entretanto se a empresa falir, depois somos nós, como sempre, que o vamos pagar!


quinta-feira, 18 de maio de 2017

O Amor vai-nos Foder... outra vez




"Love Will Tear Us Apart" / Joy Division /1980




... e como é possível eu ter ouvido esta música agora, ter decidido colocá-la aqui, ter ido pesquisar pelo túmulo do Ian Curtis, olhei para a data e: faz hoje 37 anos que o homem se suicidou.... Que raio de pontaria...

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Eu tenho Horror a pobre!

E de repente parece que estava a ouvir o Paulinho das Feiras que, coitado, certa vez, disse, orgulhoso do seu feito, que até já tinha dormido em hotéis de três e quatro estrelas! Vejam lá o sacrifício! Coitado, o que ele deve ter sofrido. misturado com a plebe, logo ele ,que é monárquico e tudo, apesar de mamar à grande nas tetas corruptas da República. 

E agora é a sua pupila, Assunção Cristas, que até veste calças de ganga e botas, a sua fatiota de proteção, para quando tem de se misturar com os pobrezinhos, que sabe-se lá, que doenças lhe podem passar, isto enquanto tenta indrominar mais uns quantos.



terça-feira, 16 de maio de 2017

Passos: diz que a Culpa é do Benfica!

Ó Passos, tu passavas a vida a dizer que vinha aí o Diabo, que era em Setembro do ano passado. A tua ministra das Finanças, aquela especialista em SWAPS e em tachos, dizia que era impossível o governo apoiado pelos comunistas cumprirem a meta do défice. E vinha ai o Diabo porque o desemprego ia aumentar e iria ser preciso um novo resgate financeiro. Porque o governo de esquerda estava a devolver os direitos que tu, meu incompetente de merda, andavas a roubar. Este governo devolveu salários, devolveu a tua sobretaxa de IRS e até os feriados este governo devolveu, feriados e salários que tu roubaste, e depois obtiveram o défice mais baixo da democracia portuguesa!

Sim, que tu roubaste. Tu que tantos salários e subsídios de férias roubaste, até feriados nos roubaste. Tão forte que tu foste com os mais fracos e os mais pobres, e tão meiguinho foste para não incomodar os mais ricos e os patrões e o teu governo até fechou os olhos aos milhões que voavam para paraísos fiscais. Vê lá que até doentes crónicos como eu, tu puseste a pagar consultas e todos os outros exames necessários, quando a Constituição diz que a saúde deve ser tendencialmente gratuita. Constituição que juraste cumprir e lhe cagaste sempre em cima, como nunca antes um primeiro-ministro havia feito. Saúde que tu quiseste privatizar para dar tachos aos teus amigos das clínicas privadas. 

Tu que nos mandaste emigrar e nos chamaste de piegas. Tu que não aumentaste o salário mínimo durante todos os anos que estiveste no poleiro, e que foram quase cinco anos. E que ainda tiveste a distinta lata de dizer que este aumento do salário mínimo era "excessivo"?


Roubos e mais roubos e depois vai-se a ver, e no final do teu mandato ainda tínhamos mais dívida para pagar, mais do que aquela que tínhamos quando lá chegaste. Tu que mentiste com todos os dentes que tinhas na boca, dizendo em campanha eleitoral que bastava de austeridade e de PEC. Dizias que bastava cortar nas "gorduras do Estado" e que era mentira quando o Sócrates dizia que se ganhasses as eleições ias foder esta merda toda. Roubaste e mentiste e até te transformaste no político português mais coerente: és aquele que mente sempre!

E apesar de tantos cortes e roubos ainda ficamos pior. E eu disse-te aqui porquê. Porque governar um país não é gerir um orçamento familiar.

Mas tu infelizmente não sabes mais. Tenho pena de ti. O outro ao menos ainda foi estudar. Tu estás aí agarrado à cadeira porque não sabes fazer mais nada. Olha, faz-te à vida, sai da tua zona de conforto. Faz algo pelo teu país.Vai trabalhar pois só dás despesa e todos nós ainda temos que te pagar o salário chorudo de deputado. E tu não vales um chavo, não vales um cêntimo que te pagamos. 

E depois de há um ano atrás teres vindo avisar que o país não estava a crescer por causa das políticas de esquerda, vens agora, um ano depois, com grande lata, dizer que o mérito do aumento das exportações e do crescimento económico é teu? Mas tu estás bem da cabeça? Meteste-te no álcool depois de teres percebido que em democracia, são os deputados que elegem governos foi? Pensavas que ias continuar no poleiro porque os portugueses têm todos síndrome de Estocolmo não é? Pois é, contaste com o ovo da galinha antes dela o pôr e bem de fodeste. Ardiloso como é, o Costa tirou-te o tapete! 

Olha, está mas é caladinho ou então borra a tua cara com merda, pois sempre que abres a boca só sai mesmo asneira. Olha, sabes o que podes dizer? Fica mais bonito, tem graça e toda a gente se vai rir? 

Olha, diz que a culpa do país estar melhor é do Benfica!

sábado, 13 de maio de 2017

Eu também dava a minha Casa a esta Refugiada!


Este casal inglês recentemente casado (sentado na imagem) ofereceu a esta refugiada síria um quarto na sua casa e nenhum deles sabia o que esperar. Ela acabou ficando seis meses, e as mulheres tornaram-se como irmãs.

(Pudera! Com uma refugiada destas mau era! Com uma refugiada destas eu até lhe dava a casa! Se calhar até me convertia!)

As mulheres britânicas são muito naturais e eu aprendi com Lucy que é na boa sair de casa sem qualquer maquilhagem; Em Damasco nunca sonharia em sair com a cara nua. 
(Loujean Alsaman)

Recentemente nós estávamos a trocar mensagens e ela pediu desculpa para me dizer que ela teria que ir, porque precisava de se preparar para uma festa de aniversário naquela noite. Ela foi às 3 da tarde. 
(Lucy)

Reportagem do The Guardian aqui

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Rapariga do Desconhecido



...Girl of the unknown
I desire you now... tonight



Moonlight Girl / Diva / Heavenwood / 1996


A Vergonha da Tolerância de Ponto por causa do Papa

Nesta 6a feira, 12 de Maio de 2017, eu tive de levantar a peida da cama cedo e ir trabalhar oito horas. Outras pessoas houve, que apesar de também viverem no mesmo país que eu, e terem emprego, viram o seu dia pago pelo simples facto de serem funcionários públicos e com a desculpa da vinda do Papa a Portugal. 



E num só gesto o nosso Primeiro-Ministro António Costa dá dois tiros, um na igualdade de direitos, e o outro no (suposto) Estado Laico. Se não queria descriminar, então que se desse feriado e ponto final, era igual para todos. Quem quisesse ir ver o Papa ia, quem quisesse ir fazer outra coisa qualquer, que achasse mais interessante também tinha essa liberdade. Assim não. Os funcionários púbicos, que já trabalham menos horas por semana, e que têm mais dias de férias, e que tantas vezes, têm uma produtividade miserável, têm assim mais um dia de férias, ao passo que quem trabalha no privado fode-se. Igualdade? Onde?

Depois, se somos um Estado Laico, não tem de haver tolerância de ponto para ninguém por motivos religiosos. Querem ir ver o Papa? Então metam um dia de férias. Mas então, porque raio é que só quando cá vem o líder da seita católica é que há tolerância de ponto? E as outras religiões não têm direito? 

Foi uma vergonha. E nunca na vida que eu votaria num partido que descrimina as pessoas e que não separa o Estado da religião. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Por que é que eu não tenho Religião? II

Decididamente, Deus nunca foi à missa aos domingos. E os templos grandiosos ou humildes nunca foram casas de Deus, embora os chefes das instituições religiosas que os mandam construir e os mantêm abertos façam questão de assim os chamar. Mas Deus não está lá. Não mora lá. Pela simples razão de que Deus não gosta de templos, nem de sinagogas, nem de capelas, nem dos cultos, que habitualmente lá têm lugar. 

Às casas de Deus, Ele chama, com todas as letras, desde o profeta Jeremias (7,11) covil de ladrões. E quando, cerca de sete séculos, depois, se faz Deus-entre-nós-e-connosco, em Jesus de Nazaré, o que morava geograficamente longe de Jerusalém, o mesmo é dizer, longe do sumo sacerdote e do templo onde este , regularmente, pontificava, dominava e enriquecia, à custa do santo nome de Deus.

Um dia, quando já homem feito, isto é, verdadeiramente autónomo, quer da família em que nascera e à qual tivera de ser, durante anos, submisso, quer da mentalidade e da ideologia dominantes no seu país, entrou num certo sábado na Sinagoga da terra onde morava. Deram-lhe, pela primeira vez, a palavra, e ele armou lá dentro o maior dos escândalos. (...)



Segundo ele, todos esses rituais sem vida e sem amor que regularmente se realizam nos templos, não passam de encenações com que uma certa elite de senhores que se têm na conta de profissionais ou funcionários de Deus, entretêm e enganam multidões de pessoas que, desde a infância, vivem dominadas pelo medo, até de Deus, e oprimidas por normas moralistas sem moral, e que quanto mais os frequentam, mais impedidas ficam de se libertarem e de crescerem em humanidade e em responsabilidade individual. 

Disse também que Deus não gosta de sacrifícios de vítimas humanas ou animais, realizados em sua honra, nem de cultos religiosos de qualquer espécie, pois, para Ele fazer bem aos seres humanos e aos povos em geral, não está à espera que eles, primeiro, sejam boas pessoas, se portem bem, sejam santos, lhe façam chegar promessas e papagueiem orações, como quem vai mendigar favores diante dos tiranos e déspotas. 

Deus Nunca foi à Missa aos Domingos / E Deus disse: Do que eu gosto é de política, Não de Religião / Padre Mário Oliveira (2002)



Como Comprovar um Milagre?

Ora bem, daqui por dois dias, no 13 de Maio de 2017 faz cem anos que a Igreja anda a enganar os crentes - por alguma coisa se diz "és mesmo crente!" - e então, para se comemorar a efeméride, nada melhor que arranjar assim à pressão um milagre qualquer para canonizar dois pastorinhos (logo os que nada viram! e as voltas que a Lúcia deve estar a dar na campa!) e vai daí, dizem que há uma criança brasileira! (quão conveniente!) que se curou graças a um milagre dos pastorinhos. 



Mas eu tenho um método muito mais eficaz para comprovar realmente que a criança brasileira está a dizer a verdade, e se de facto está protegida pelos santos!

Pega-se no puto e leva-se lá acima da basílica, que nem é muito alta (só tem 18 metros) e manda-se o puto lá de cima. Se perante o grande malho que ele vai dar, chegar cá abaixo, e se levantar pelo próprio pé e fizer um quatro, está comprovado! É milagre!! Caso o puto se esbardalhe todo ao comprido no chão, como é previsível que aconteça, e morra ou vá para o hospital, então, é por demais evidente que estamos perante mais uma, das muitas aldrabices da Igreja Católica. 

terça-feira, 9 de maio de 2017

Sonhos Frágeis


.... Today I introduced myself
To my own feelings...



"Fragile Dreams" / Alternative 4 / Anathema / 1998


segunda-feira, 8 de maio de 2017

Challenge Accepted!


"Mini Table Tennis at the office. Can you find anyone anywhere in the world better than us? We dare you..."

Os gaijos são bons... mas como diria o Barney: Challenge Accepted!

Agora só tenho de arranjar um mini-mesa de ping pong, treinar, e fazer umas filmagens ainda mais espetaculares! Há muito potencial lá na minha empresa, a começar por mim, claro! 

Rainha Isabel em Crestuma







Barco Queen Isabel junto à Barragem de Crestuma-Lever

(Também nunca percebi porque raio chamam Crestuma-Lever a uma barragem, quando essas duas freguesias são da mesma margem do rio! Isso faria sentido se só tivessem construído metade da barragem. Uma vez que barragem, como uma qualquer ponte, que liga dois pontos separados por umrio,  o correto seria designar a barragem de Jancido-Crestuma (ou Lever). Chamam-lhe Crestuma-Lever porque as povoações andaram em guerra - quase houve mortes! - por causa do nome. Eram outros tempos. Hoje chamava-se-lhe barragem Cristina Ferreira (ou Goucha) e ficavam logo todos contentes.)

Do teu Cu sai o Brilho do Sol

Pareces para o soturno...
Que é que te deu?
'Tou só a perder a minha fé na humanidade.
Queres ser mais específica?
Gostava só de saber...
Duas pessoas podem ficar juntas para sempre?
Falas de casais?
Pois, de gente apaixonada. 
Problemas com o namorado? Não acho que devas andar com nenhum nesse teu estado, é assim para o ... marado. É assim que vocês dizem? Não é a palavra que vocês usam?
Não é do que se trata.


Só pretendo saber se será possível duas pessoas ficarem a viver juntas p'a sempre.
Bom, fácil não é... e sei que não sou o melhor exemplo que haverá no mundo, mas vivo com a tua madrasta já há dez anos e orgulha-me dizer que somos felizes. Para mim o melhor que podes desejar é encontrar quem te ame exatamente como és; com bom feitio, mau feitio, feia, bonita, eu sei lá... 

A pessoa certa vai sempre achar que do teu cu sai o brilho do sol. E gente dessa vale a pena agarrar. 

Juno / Jason Reitman / 2008 

domingo, 7 de maio de 2017

Peregrinos com Inteligência de Tartaruga

Conduzia ontem pela estrada nacional N108 quando me deparo com imensas pessoas, num imenso frenesim, caminhando ao longo da estrada, vestidos de coletes cor-de-laranja. E como já só falta uma semana para se comemorar a mentira mais vezes contada nos últimos cem anos em Portugal, rapidamente percebi que eram os peregrinos, na sua caminhada para Fátima, a maior off-shore dos terroristas do Vaticano. 

Na semana passada fiquei a saber que estes peregrinos católicos são muito porquinhos, deixando um verdadeiro rasto do lixo por onde passam. Porque esta gente - mesmo sóbria! - que acredita que aparecem santas no meio das árvores!, age em conformidade com o pensamento medieval, e comporta-se como se nunca lhes tivessem ensinado, que há muitos anos, se criaram contentores e ecopontos para lá colocar e separar o lixo! E foi mesmo preciso um movimento "Não Lixes a Tua Caminhada" ter alertado, e tentar sensibilizar para este problema. 


Mas centenas de metros mais adiante, fiquei ainda mais estupefacto! Não é que, aquela gente, em vez de, como todos nós aprendemos em criança, caminharem pelo lado esquerdo das estradas, e nos passeios, não!, atravessavam as faixas de rodagem da rotunda de acesso à CREP, por onde circulam os carros, e atravessavam a rotunda a direito! voltando seguidamente a atravessar as faixas de rodagem mais à frente!

Forma inteligente como os peregrinos contornam as rotundas
E de repente lembrei-mas das minhas tartarugas! Que são répteis, animais de sangue frio, e já cá estão no mundo há muitos milhões de anos! E não são, reconhecidamente, animais especialmente inteligentes. E também elas, quando vêem um obstáculo à frente, não o contornam, passam simplesmente por cima dele! Estes peregrinos católicos também são iguais. Têm uma inteligência de réptil. Mas ainda assim duvido que as minhas tartarugas acreditem que os santos aparecem no meio das árvores. 

Conversas Improváveis 12

Via Pinterest

Eu até rezei à Nossa Senhora, mas a planta morreu na mesma.
- Eu nunca mais lhe rezava!
Ai rezo rezo.

(Fia-te na virgem e depois não cuides das plantas como deve ser)

Outro tipo de Crise

Via Pinterest

Observava a minha mãe a retirar comida da lata e a dar à gata que teve quatro gatinhos há umas semanas. E teci o seguinte comentário:

"Hoje em dia os gatos comem melhor do que vocês comiam há cinquenta anos. Provavelmente, quem vos dera ter tido tantas vezes dessa comida para gatos para comer quando eram crianças. Fala-se muito de crise agora, mas hoje vivemos outro tipo de crise".




quarta-feira, 3 de maio de 2017

Festa Continente em Fátima no 13 de Maio

Depois de se ter associado a Arte Parola de Joana Vasconcelos à comemoração dos cem anos da maior aldrabice contada em Portugal - as aparições de Fátima e consequente canonização dos pastorinhos - soube agora de fonte segura (acabei de inventar e colocar na net - logo é verdade absoluta!) que o Santuário de Fátima acaba de convidar o Continente e a família Carreira para o piquenique anual, desta festa, não na relva de um qualquer parque, mas no asfalto do recinto de Fátima.

Via Google
Santíssima Trindade. Limite do Défice  3%. Três Pastorinhos. Três eventos parolos 

Fé parola, Arte Parola, Música Parola. Tudo a condizer. Esta Festa será convertida depois em Festival anual. 

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Oração à Santa Vacina

Rezemos todos a oração que a Indústria Farmacêutica nos ensinou:

bigtitsphoto.org


Santa Vacina, que estás nas Farmácias, 

Santificado seja o Vosso nome

Venha a nós a vossa Ciência, para encher os bolsos da Indústria Farmacêutica,

Seja feita a Vossa vontade, senão obrigamos todos a tomá-las.

A espetadela da seringa nos dás hoje, só nos fará bem,

Perdoais os hereges que não as querem tomar,

porque nós queremos queimá-los na fogueira.

Não nos deixeis pensar pela nossa cabeça, 

e livrai-nos de todas as doenças.

Ámen

Carta a Deus

"Deus,
Bem avisaste que eras um Deus invejoso e vingativo. Também sei que Job era um caso-limite: uma ameaça do que eras capaz. Nem eu nem a Maria João temos um milésimo da obediência e da resignação de Job. E castigaste-nos menos. Mas foi de mais.
De certeza absoluta que nos amamos mais um ao outro do que te amamos a Ti. Sabemos que isto não está certo. Mas foste Tu que nos fizeste assim. Admite: deste-nos liberdade de mais. Foste presunçoso: pensaste que Te escolheríamos sempre primeiro. Enganaste-Te. Quando inventaste o amor, esqueceste-Te de que seria mais popular entre os seres humanos do que entre os seres humanos e Tu. Por uma questão de tangibilidade. E, desculpa lá, de feitio. Tu, Deus, tens o pior das arrogâncias feminina e masculina. Achas que só existes Tu. Como Deus, até é capaz de ser verdade. Mas, para quereres ser um Deus real e humanamente amado, tens de aprender a ser um amor secundário. 


Sabemos que és Tu que mandas e acreditamos que há uma razão para tudo o que fazes, mesmo quando toda a gente se lixa, porque não nos deste cabeça para Te compreender. Esta deficiência foi uma decisão tua: não quiseste dar-nos a inteligência necessária.
Mas deste-nos cabeça suficiente para Te dizer, cara a cara, que nos preocupamos mais com os entes amados do que contigo. Ajuda a Maria João, se puderes.
Se não puderes, não dificultes a vida a quem pode ajudar. Faz o que só um Deus pode fazer: reduz-te à tua significância. Que é tão grande.

Como é Linda a Puta da Vida / Miguel Esteves Cardozo / 2013

A Floresta Sussurra o Meu Nome




... "come to me my pale enchantress
in the moon of the woods we kiss"...



The Forest Whispers My Name / V Empire / Cradle of Filth / 1996