terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O pequeno Eu

... com 1 ano e 5 meses


Aos Meus Anjos da Guarda

Antes da consulta, na Central de Consultas do Hospital, e enquanto aguardava a minha vez de ser chamado, chegavam dois velhos, quase de certeza um casal, e um empurrava o outro na cadeira de rodas.  Achei aquilo muito bonito, mas inevitavelmente um pensamento assolou-me: 
"Nunca vou ter alguém que cuide de mim se chegar aquela idade"...

Um eremita que vive na montanha, sem irmãos e que tirando os pais, quase nem família tem por perto (e os que que aparecem, muitas vezes só o fazem por interesse) e mais importante, não tendo (para já) companheira, arrisca-se a isso, a no futuro não ter quem esteja consigo na doença e nos maus momentos. E vou especular, mas se calhar muita gente arranja companheiro(a) para isso mesmo, para ter quem cuide de si no futuro. Até me lembro de uma situação que uma amiga me contou, de um homem que deixou a namorada, ou a mulher com quem andava a sair, para andar com outras. Entretanto teve um problema grave, sei que era na cabeça, e tendo que ir para o hospital, e lembrou-se subitamente da antiga namorada! e só pode ter sido certamente milagre!

Na consulta fiquei a saber que iria ser operado. Bem tentei empurrar de novo para a frente, mas o homem foi irredutível, afinal, já se tinha adiado duas vezes, e como o maligno está a multiplicar-se dentro de mim (imagem um pouco trágica demais confesso) e achou por bem cortar o mal pela raiz.


Eu acho que é nestes momentos que mais falta sentimos de ter uma companheira. O apoio dos pais é sempre reconfortante, mas sente-se falta daquela pessoa. Mas também já a tive, e estou-me a lembrar do primeiro internamento, e depois, não tive um comportamento conveniente. Eu sei que não foram momentos nada fáceis para mim, e é preciso alguma tolerância - e disse-o, por exemplo, ao meu colega de trabalho, acerca da sua mulher que também tem problemas de saúde semelhantes aos meus - mas mesmo assim, a esta distância, e já passaram 17 anos, não me orgulho muito da minha postura sempre exacerbada. Isso não interessa mais, há mais de dez anos que não falo com essa pessoa, mas lembro-me e penitencio-me.

Acho que sou uma pessoa minimamente alegre, bem disposta, sempre a resistir às adversidades, mas tenho tido inúmeros momentos complicados ao longo da vida. Quem me conhece bem sabe-o. Mas com ou sem companheira, acho que inúmeras vezes, nesses momentos mais complicados, há sempre um Anjo da Guarda que passa e me tenta proteger... mesmo que depois voe para longe.

Eu acho que não consigo ouvir o meu Anjo da Guarda, ou talvez ele me passe a mensagem de outras formas! E há até quem os consiga ouvir, quem faça ouvidos moucos e muitas vezes até os contrarie!... Mas eu lá vou tendo uns anjos, que à sua maneira vão cuidado de mim. Aqui fica o meu sincero agradecimento.

Vidas Paralelas

carta da amiga grega / maio / 2016
... we are in parallel lives in way.
things are not very promising in greece. the only thing that kept me were the refugees. unemployment makes you different and i didnt even want to be with anyone, (since people are getting very easily agitated nowadays). i was getting alone and sadder by the day watching everything go wrong, and all the real people with all this loss, they kept fighting and smiling and i said to my self, what the hell, i cant be sad any more!
i am quite better, but i lost faith in a lot of things except from people's eyes that speak our language. the language of solidarity, the language of keep making things against what law thinks should or should not be.
i stopped dancing so i dance alone on my house or in my garden. i also lost someone i felt for 2 years ago, but he was mean to me, so it took me some time to recuperate.
i thing getting more mature does things to you, it made me more sensitive to everything. We look older but we are softer inside.(or its just me)
i have a niece she is 5! she is the cutest little sweetheart, for me and she loves me a lot. Now i wish i could have a kid but the prospect is very low.
i do remember you too. your turtles your walks in all these beautiful places. if you want you can send me fotos of your new walks?
i really am very happy you didnt forget me 
BBBjos!!!
...como que vivemos em vidas paralelas hoje em dia
Na Grécia as coisas não estão muito promissoras. A única coisa que me fez aguentar foram os refugiados. O desemprego torna-te diferente e eu não quero estar com ninguém, (desde que as pessoas começaram a ficar agressivas muito facilmente). Comecei a ficar sozinha e cada vez mais triste vendo tudo ficar errado, e todas as pessoas reais com as suas perdas, continuam a lutar e sorrindo e eu disse para mim mesma, que 'sa foda , não posso mais estar triste!
Estou melhor, mas perdi a fé num monte de coisas, exceto nos olhos das pessoas que falam a sua linguagem. A linguagem da solidariedade, a linguagem de continuar a fazer as coisas contra o que as leis acham que se deve ou não fazer.
Deixei de dançar, então agora danço sozinha na minha casa ou no meu jardim. Eu também perdi alguém de quem gostei há 2 anos, mas ele era mau para mim, e levei algum tempo para recuperar.
Acho que estou a ficar mais madura com as coisas que me acontecem, tornaram-me mais sensível a tudo. Parecemos mais velhos mas estamos mais macios por dentro. (ou é só comigo)
Tenho uma sobrinha com 5 anos! Ela é a coisa mais linda para mim e ama-me muito. Agora eu gostaria de ter um filho, mas a possibilidade é muito baixa.
Eu lembro-me de ti também. As tuas tartarugas, os teus passeios naqueles sítios lindíssimos. Se quiseres podes-me enviar fotografias dos teus novos passeios?
Estou mesmo contente por não te teres esquecido de mim.
Beijos!!!

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Lembro-me frequentemente destas tuas palavras. Por vezes as pessoas ficam tristes com coisas sem qualquer importância. Ou frustradas por não poderem ter isto ou aquilo, quando desaproveitam a sorte que têm. Apesar de ter acompanhado os teus relatos, eu nunca poderei imaginar o que tens passado no teu país há já quase uma década... Talvez seja quando estou mais sensível que me lembro destas tuas palavras. Agora ficam aqui também... Quem sabe, talvez possam inspirar alguém que por aqui passe...

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Onde está a Igualdade de Género?


Senhoras, vamos falar de igualdade de género? Então 'bora lá.


Só para começar...


Por que é que se um homem quiser ir para a Polícia tem de ter os cabelos curtos e uma mulher não? 
E por que é que, se uma mulher quiser fazer tropa e ser militar, também  não precisa de rapar os cabelos tal como os homens?

Porquê a diferenciação?! Onde é que está então a igualdade de género?

Onde é que estão as mulheres, revoltadas, a dizer que querem ser exatamente iguais aos homens? E se querem ser iguais, por que é que, apesar de não serem obrigadas a fazê-lo, por que é que não rapam os cabelos de livre vontade, para se sentirem iguais? Pois é!

Gostaria de ouvir o que a Catarina Marcelino, Secretária de Estado para Igualdade, teria a dizer sobre este assunto. 

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Dúvida Existencial: Dinheiro a Voar

Eu sempre ouvi algumas pessoas dizerem que não se podem eleger governos de Esquerda, porque senão quem tem muito dinheiro tira o dinheiro todo do país. Então alguém que me explique por favor, por que é que, durante o governo mais à Direita que Portugal teve desde o 25 de Abril, tanto dinheiro voou dos cofres portugueses para paraísos fiscais? É que assim de repente também parece que os ricos ("e toda a riqueza provém de um roubo") não confiam lá muito nos governos de extrema direita! 


E já agora, por que é que qualquer pessoa, qualquer ilustre anónimo, se não declarar 1€ que seja nos IRS está logo com as contas penhoradas, e por que é que, todos estes milhões foram declarados pela banca portuguesa, mas os senhores do discurso da austeridade e do "temos que empobrecer" fecharam os olhos e lavaram as suas mãos a estes "VIP" todos? 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Que Amor não me Engana



Que amor nao me engana
Com a sua brandura
Se da antiga chama
Mal vive a amargura
Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor nao se entrega
Na noite vazia?
E as vozes embarcam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito
Muito à flor das àguas
Noite marinheira

Vem devagarinho
Para a minha beira
Em novas coutadas
Junta de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera
Assim tu souberas
Irma cotovia
Dizer-me se esperas
Pelo nascer do dia


Que Amor não me engana / Venham Mais Cinco / Zeca Afonso / 1973
(Passam hoje 30 anos da sua morte)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O que será feito da Cristina?

29 de Abril de 2000

Foi a primeira vez que fui ao festival Steel Warriors Rebellion de Barroselas. A viagem fez-se de comboio apesar de eu já ter carro desde o ano anterior. O inconveniente é que teríamos de voltar no último comboio para o Porto. As minhas memórias já não são muitas mas lembro-me da muita lama nas Doc Martens. Barroselas, das vezes que lá fui trazem-me sempre a lembrança da lama. Certamente que hoje o festival terá muito melhores condições, mas naquele tempo havia sempre lama!

Era a terceira edição do festival, e também me lembro dos muitos atrasos. E muitos atrasos significava que algumas bandas noite dentro ficariam por ver, e não que isso importasse assim tanto, afinal, até só conhecíamos uma ou outra banda que lá ia atuar nesse ano. E isto acontecia frequentemente, muitas vezes ia a concertos como quem vai ao cinema, sabendo muito pouco do filme, na esperança de poder ser surpreendido positivamente. E nos concertos de Heavy-Metal de bandas portuguesas pouco conhecidas também acontecia assim muitas vezes. Mas nessa edição, havia uma banda, que ainda só tinha lançado uma Demo e que eu gostaria de assistir, afinal tinha uma sonoridade que fugia ao típico Brutal/Death/Core, que na maior parte das vezes, muito pouco ou nada me interessavam. 

Essa banda era de Lisboa e chamava-se Te Deum. Tinha uma sonoridade mais ou menos ao estilo de Theatre of Tragedy, voz masculina grave com guturais e voz feminina lírica. Lá conseguimos assistir a essa banda, que foi o último concerto que vimos, e dirigimo-nos para a estação de comboios. Na estação lembro-me dela, a fazer malabarismo com as três bola de renda. Vê-la a dominar a técnica deixava-me orgulhoso. Eu havia-lhe dito que a conseguia ensinar a fazer malabarismo e consegui. Essas mesmas três bolas de renda (que acho que ela as comprou na Praça da Batalha) estão agora na empresa, porque a minha colega perguntou-me se eu a ensinava.

Depois do malabarismo, sentámo-nos, e eu acho que estava sentado do lado esquerdo dela, e ela, do lado direito, enquanto olhava e conversava comigo, conseguia avistar quem vinha lá ao longe. 

"Não olhes, mas não vais acreditar, vem ali a vocalista de Te Deum acompanhada do baixista da banda". Eu não sou nada groupie, sou reservado, nem sequer nunca fui de andar a caçar autógrafos, nem mesmo quando o Dani Filth passou mesmo ao meu lado na rua!
Eles chegaram, só estávamos nós os quatro na estação, e eu lá acabei por meter conversa, afinal eu até já tinha trocado correspondência com ela. E viemos os quatro juntos no comboio, falando das nossas vidas, e fiquei a saber que eles eram namorados.


Quando o revisor chegou, sei que eles perguntaram pelo comboio do Porto para Lisboa, e ficaram a saber que os comboios estavam em greve. Só no dia seguinte teriam forma de ir para Lisboa. E eu, de forma bastante simpática diga-se, acabei por lhes oferecer a minha casa, que ainda estava longe de estar restaurada. Eu sei que tinha acabado de oferecer a minha casa a dois estranhos, mas no fundo eu sabia que não era nada assim arriscado. Deixei-os lá em casa, e na manhã seguinte fui buscá-los, e levei-os à Estação de Campanhã sãos e salvos.

No fundo tinha sido uma grande aventura. Fui de comboio a um festival ver uma banda, e no fim da noite, a vocalista, com quem já tinha trocado correspondência, acaba a dormir em minha casa com o baixista que até era seu namorado!

Ao longo dos anos fomos mantendo algum contacto apesar da banda ter terminado pouco tempo depois. E desde que me lembro, em Portugal sempre foi assim, logo que uma banda de Metal começava a ter algum destaque, logo arranjam forma de acabar!

Lembro-me da Cristina sempre com os cabelos alaranjados. Ela chegou a vir cá ao Porto ver Anathema ao Hard Club em Gaia. Eu cheguei a ir a Santo Tirso ver a banda do novo namorado (que não me parecia que tivesse muito a ver com ela) numa pequena sala cheia de fumo, e a coisa atrasou tanto (sempre os detestáveis atrasos) que o concerto deve ter acabado pelas quatro horas da manhã.
E vi-a atuar, pela última vez, com os Ethereal, banda já com muitos anos, mas que pouco depois também haviam de acabar. Pelo meio cheguei a ir ter com eles a Sintra, passear pelo Palácio da Pena.

Mas aos poucos o contacto, por culpa de ambas as partes, foi-se desvanecendo, e há mais de dez anos que acabamos por nos perder... Tantos anos depois pergunto-me: o que será feito de ti Cristina?

sábado, 18 de fevereiro de 2017

A Voz da Inês

Depois de uns quantos e-mails a acordar uma troca comercial, a Inês resolveu ligar-me.
Que voz meiga e delicada.
. Quem seria esta mulher?
- Quem é que encontraremos por detrás de uma voz?

É por isso que a rádio, bem mais que a televisão, tem esse fascínio e esse mistério, até esse romantismo de imaginarmos quem é a pessoa que está por detrás do microfone. E muitas vezes, mal descobrimos, o encanto desvanece-se. O mistério desperta a curiosidade e o interesse mas o conhecimento e a verdade muitas vezes aborrece. 

E hoje a  Inês voltou a ligar-me porque eu iria-me encontrar com ela. 
Depois dela, liguei eu, a desculpar-me. Aquelas ruas, cheias de inusitados sentidos proibidos não estavam-me a facilitar-me a vida de dar com a casa da rua dela.
Mas quem se esconderia por detrás de uma cortina de simpatia e daquela voz meiga?
- Que idade teria a Inês? Talvez uma mulher, entre os trinta e os quarenta anos, casada, e se calhar com um filho. Pelo menos foi o que pensei. Estereótipos.
Mas conseguiremos saber a idade de alguém só pela sua voz? 
E será que a imagem que formamos na nossa cabeça corresponde minimamente à realidade? Mas também por que teria de corresponder? Afinal, a voz é só o barulho produzido pelas cordas vocais e que sai cá para fora pela boca. E porque será que eu tenho de romantizar tudo?!

A Inês já ia descer. A porta abre-se, olhei-a nos olhos, e cria-se aquele pequeno constrangimento (entre o momento que penso em estender-lhe a mão e ela me recebe com dois beijos) e a primeira coisa que penso foi: tão jovem e bonita que ela é. Afinal, há vozes simpáticas e agradáveis que também têm rostos bonitos. Mas isso também nada nos diz sobre quem é a Inês. 

Sabias que...

... em espanhol, a palavra "Esposa" significa....

Algemas?

Dan Panosian

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Trabalha Muito e Gasta Pouco



Olha o robot
Trabalha muito e gasta pouco

Olha o robot
É muito útil pra quem manda

Olha o robot
Está pronto a ser programado



Robot / Salada de Frutas (versão de Autoramas/ Brasil na CEE) / 1981

Conversas Improváveis 9

Ao balcão:
- Profissão? É reformada?
Não. Sou viúva. 

# Conversas Improváveis 8

domingo, 12 de fevereiro de 2017

O Peso das Mochilas

Acabo de receber um e-mail com as "causas polémicas" da Petição Pública desta semana. No topo da lista uma petição "Contra o Peso Excessivo das Mochilas Escolares". Argumentam os defensores da petição que há uma grande probabilidade das crianças desenvolverem deformações nos ossos e nos músculos. 

Pois, de facto deve ser verdade. Bem se vê que eu e os meus ex-coleguinhas de escola, e que no nosso tempo também tínhamos de carregar as mesmas mochilas com o mesmo peso de livros - a diferença é que estas não eram tão embonecadas como agora - e hoje somos todos uns verdadeiros corcundas de Notre Dame!

Tadinhas das crianças de hoje em dia. No meu tempo, com seis anos, eu saía de casa e não tinha nenhum papá rico que me fosse levar à escola de automóvel. Saía de casa, e ia a pé para a escola, por estradas de terra batida, e atravessava um monte de caminhos de cabras, e ainda recordo de no Inverno ver as poças de água congeladas, e lembro também de me cruzar, várias vezes, com cobras e licranços. Não era muita distância, mas seria certamente mais de 1Km.  

Hoje em dia nenhuma criança de seis anos vai sozinha a pé para a escola! E aos dez-onze anos, quando começam a haver mais matérias e consequentemente mais livros para carregar, as crianças, ou são levadas e trazidas pelos carros dos papás, ou então andam de autocarro como também eu andei, e têm de carregar as mochilas, da paragem do autocarro para a escola, e da escola para a paragem de autocarro. Coitadas das crianças, é um esforço descomunal, eu acho que na petição esqueceram-se de referir que é escravatura ou trabalho infantil!

Vocês, papás, que hoje são da minha idade, e que já nasceram num tempo privilegiado, sabem lá o que é uma criança fazer sacrifício. A minha mãe, criança que só teve a oportunidade de fazer a instrução primária, antes de ir para as aulas, por vezes já tinha de tocar o boi e deixar um campo de milho sachado. E de inverno, nem meias tinha, e tinha de ir se socos para a escola. 

Para os novos-papás, hoje em dia tudo é queixume. São os livros que só têm poucas vergonhas e que ai-jesus-que-os meninos-de-quatorze-ou-quinze-anos-e-que-já-sabem-mais-do-que-os-pais mas vão ficar traumatizados; ele são os Trabalhos Para Casa  (TPC) que valha-nos-deus-que-coitadas-das-crianças que não têm tempo para brincar; E agora, no tempo em que até existem malas com rodinhas, e que não custam nada a puxar, ai-nossa-senhora-de-Fátinha-a-Lúcia-e-a-Jacintinha-que-não-pode-ser porque as crianças vão ficar corcundas! Tenham juízo. 


Agora há todo um movimento de papás revoltados. Não querem os TPC, porque tadinhas das crianças que não têm tempo para brincar nem para a família. Mas se calhar, digo eu, se os papás não as metessem duas horas por dia nas explicações (antigamente ninguém tinha explicações e os TPC eram para tirar dúvidas!), na música, no ballet, no karaté, nos escuteiros, no Diabo-a-quatro e em-tudo-que-o-filho-dos-vizinhos-também-esteja, se calhar, digo eu, se calhar as crianças tinham tempo para a família, para brincar e para fazer os TPC. 

Claro que, felizmente, que os tempos hoje são outros, bem diferentes do tempo dos meus avós e dos meus pais, mas o que me parece é que os pais estão educar um bando de incapazes de fazer o que quer que seja. Parece que hoje em dia tudo traumatiza as crianças, a quem cada vez menos se exige, desde logo que estudem para passar de ano. Os pais só não exigem é que os filhos sejam bem educados, demitem-se dessa tarefa e exigem que seja a Escola que os eduque, quando a escola tem o papel de ensinar.

Hoje tudo se desculpa. A má educação das crianças tem sempre desculpa: "Sabe é hiperativo tadinho, e até toma Ritalina"! É muito mais fácil dizer que o filho é um doente mental, que assumir que falharam na tarefa de o educar convenientemente. Mas contra o facto de se estarem a drogar e a transformar as crianças em verdadeiros mortos-vivos, contra isso ninguém se revolta, porque dá muito jeito a professores e aos pais que não podem aturar as crianças. 

As criancinhas hoje parecem umas flores de estufa. Não podem fazer trabalhos de casa, não podem carregar livros, não podem reprovar de ano que ficam traumatizadas, não podem ler literatura que fale em levar no cu porque que valha-nos-deus é uma violência, mas já não é uma violência ver a forma como falam, nem é preocupante que as crianças de tenra idade, já andem todas a mandar fotografias nuas umas às outras, algumas envolvidas em orgias e a consumir drogas. Isso já não preocupa os papás, que em boa verdade, nem devem saber da missa a metade daquilo que os filhinhos fazem, porque hoje em dia quem ouve as crianças são as consolas de jogos, as televisões e os computadores.

As crianças portuguesas, segundo um relatório da UNESCO, são as crianças que até ao sexto ano, mais horas passam nesses verdadeiros depósitos a que ainda chamam escolas. Mas curiosamente, contra isso ninguém se manifesta nem se fazem petições, pelo contrário, cada vez mais se ouvem pais dizer, que as crianças ainda deveriam ficar mais tempo nas escolas!

Eu estou mesmo em crer que, hoje em dia, o ideal para os papás portugueses seria: assim que nascessem, os pais entregavam os filhos nas escolas, e só os voltavam a ver, quando estes fossem depois devolvidos, vinte anos depois, já com a escola toda, e, pelo menos, a saberem limpar o cu sozinhos.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O Terrorismo das "Aparições de Fátima"

O Papa Francisco vem aí para visitar Fátima. 
Vem, como vieram todos os seus antecessores: Bento XV, Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI.

Fátima, para quem aqui possa aterrar e não saiba, é uma freguesia, entretanto elevada a cidade do distrito de Santarém, sede de diocese com a cidade de Leiria (fica a 20 Km), onde se tratou de inventar, em 1917 (faz este ano cem anos) que no local da Cova da Iria, por ali Maria, mãe de Jesus, apareceu a três pequenas crianças. 

E os Papas, todos eles, vêm sempre cá a Portugal, várias vezes, precisamente porque Fátima, entretanto considerado o "Altar do mundo", porque é uma das maiores Off-shores do Vaticano! E Fátima, além de ser a mentira mais vezes repetida em Portugal nos últimos cem anos, é também um grande negócio.

Grandíssimo negócio desde logo para a Igreja mas grande negócio também para quem comprou aqueles terrenos e por lá abriu restaurantes e hotéis. Ainda por estes dias se noticiava que estavam para alugar quartos a cinco mil euros! "Dar de comer e beber a quem tem sede" mas desde que pague muito bem! Típico comportamento de bom cristão!

E especialmente, só para chatear o nosso querido Presidente da República, que, entre dentes, já disse que, apesar do nosso país ser um Estado laico! não quer a discussão da Eutanásia antes de Maio - não vá o santo padre do pau oco ficar ofendido! - aqui deixo algumas passagens dum livro que tenho, intitulado "Fátima Nunca Mais" do Padre Mário de Oliveira: 

Via Pinterest
Entretanto, quando, na SIC, respondi que não acreditava nas aparições de Fátima, mais não fiz do que retomar hoje a mesma atitude que a Igreja Católica em Portugal tomou entre 1917 e 1930. Na verdade, durante 13 anos, também ela não acreditou nas aparições de Fátima. E podia ter-se apressado a reconhecê-las, porque, até então, eram já muitos os milhares de pessoas que acorriam a Fátima, entre 13 de Maio e 13 de Outubro, de cada ano. E, inclusive, havia já ocorrido o chamado "milagre do sol", no dia de Outubro de 1917.

Porém, só em 1930 é que a igreja Católica reconhece Fátima. Um reconhecimento oficial a que não terá sido alheio o facto de ter saído vitorioso o golpe militar de 28 de Maio de 1926.
O novo regime, obscurantista católico, saído deste golpe militar e presidido pela dupla Salazar-cardeal Cerejeira, carecia de uma coisa assim, para mais facilmente se implantar nas populações. A Senhora de Fátima, com a mensagem retrógrada, moralista e subserviente que lhe é atribuída e que, ainda hoje, vai tão ao encontro da generalidade dos nossos funcionários eclesiásticos católicos e do paganismo religioso-católico das nossas populações, vinha mesmo a matar. Nem sequer era preciso esforçar-se por arregimentar as populações à volta do clero. Bastava ir ao seu encontro, todos os meses, em Fátima. 

Vai daí, em lugar de continuar a demarcar-se do fenómeno e até a hostilizá-lo, a hierarquia maior da Igreja Católica, em 1930, mudou radicalmente de estratégia e reconheceu-o e canonizou-o como sobrenatural. Terá percebido nessa altura que, se não adiasse mais esse reconhecimento, os lucros seriam enormes, como, efetivamente, foram. Lucros financeiros. Lucros políticos. Lucros clericais. Lucros eclesiástico-católicos. (...)

Só que Fátima e as suas pretensas aparições resumiam-se, nessa altura a praticamente nada. Para cúmulo, das três crianças que, em 1917, afirmavam a pés juntos que tinham visto Nossa Senhora - uma delas, Francisco, nunca ouviu nada e tanto ele, como sua irmã, Jacinta, nunca disseram uma palavra que fosse à senhora das "aparições", apenas Lúcia foi a protagonista, o que prova que até nas "aparições do Céu" há descriminação!...-duas delas já tinham morrido, há uns dez-onze anos, de pneumónica.(...)

Entretanto, alguns clérigos mais fanáticos do catolicismo obscurantista e moralista de então - eles viam nas "aparições de Fátima" não a presença do demoníaco, como elas efetivamente são, mas sim a presença do divino, e até um verdadeiro milagre do céu - haviam conseguido arrastar a pequenita Lúcia, poucos anos depois de 1917, para fora da sua aldeia e encurralaram-na, primeiro, no Asilo de Vilar, no Porto, e, depois, num convento da Galiza. Foram ao ponto de lhe arrancar o nome (é o mesmo que tirar-lhe a identidade) e passaram a chamar-lhe - imagine-se! - Irmã Maria das Dores. Ao mesmo tempo , proibiram que alguma vez falasse a alguém das "aparições". 
(...)

Quem lê as "Memórias da Irmã Lúcia", nomeadamente, a primeira, a terceira e a quarta, nas quais ela nos faz o retrato da pequenina Jacinta e do pequenino Francisco, seus primos e companheiros nas chamadas aparições de Fátima, não pode deixar de ficar horrorizado. Os testemunhos foram escritos, bastantes anos depois da morte das duas crianças, respetivamente, entre 1935 e 1941, e em obediência ao Bispo de Leiria de então.

De tudo quanto escreve Lúcia sobre Jacinta e Francisco (quem não leu o livro não deveria deixar de o fazer, porque ele é, provavelmente, o mais vigoroso testemunho contra a veracidade das chamadas aparições de Fátima, embora ela ao escrevê-lo, o fizesse, evidentemente, com a manifesta intenção de lhes dar completa autenticidade e fundamento!), uma conclusão salta de imediato à vista: as duas crianças terão morrido de terror, de fome e de sede. Não porque as famílias não tivessem recursos materiais mínimos, que felizmente tinha, mas porque ambas foram catequizadas para se privar de tudo o que lhes fazia falta, como forma de sacrifício pela conversão dos pecadores. O que é objetivamente terrorismo. E um crime contra a vida de duas crianças indefesas, ainda sem capacidade de resistência crítica. (...)

É manifesto, nas páginas do livro, que a menina e seu irmão nasceram e cresceram no seio de um catolicismo assim Foram obrigados a beber no leite materno uma catequese terrorista que só falava de castigos de Deus, de Inferno e de pecadores que vão para o Inferno por causa dos pecados que cometeram, do género - imagine-se! - não ir à missa ao Domingo, falar mal, dizer asneiras, fazer pequenos furtos, atirar pedras, jurar. (...)

As três crianças-pastores de rebanhos, Lúcia, Jacinta e Francisco, respiraram este ambiente agressivamente religioso, mas sem Deus. Ou melhor, de anti-Deus, já que o deus revelado em Jesus e Maria de Nazaré, como a mais espantosa e feliz boa notícia para a catequese familiar, nem na catequese paroquial, nem nas chamadas aparições da Senhora de Fátima, que Lúcia garante ter-lhes acontecido. 

De Deus, os três apenas sabiam que metia no Infernno os pecadores que não se confessassem, pelo menos antes de morrer. E sabiam também que a única coisa que O poderia levar a não castigar tão terrivelmente era eles disporem-se a fazer muitos sacrifícios pela conversão dos pecadores! (Há lá terrorismo maior?) (...)

Mais do que fazer aqui, na Universidade Nova de Lisboa, uma comunicação de fundo, optei por lançar umas quantas provocações, para um inevitável debate sobre o tema que me foi proposto: "Aparições e visões: quem nos livra delas?". Eis.

1. Se alguma vez virem Deus, matem-no de imediato! Porque, se não o matarem, depressa estão a adorar o fantasma que viram e que tomaram por Deus, e isso é pura idolatria. (...)

2. Os jornais e as TV que temos em Portugal e no mundo em geral, padecem de grande défice de teologia cristã. Percebem bastante de futebol e um pouco menos de certo tipo de economia - a neoliberal - mas de teologia cristã, nada. Há honrosas exceções, evidentemente. 

3. A Deus nunca ninguém O viu. Nem verá. É uma impossibilidade teológica. Apareça o primeiro teólogo cristão a desmenti-lo. (...)

4. Em nome da sanidade mental dos indivíduos e dos povos, precisamos urgentemente de ter coragem para queimar as nossas bíblias todas. Elas, mais do que tudo, são responsáveis por todos os delírios demencionais que, ao longo dos tempos, também hoje, têm atacado certas pessoas autopromovidas a 
videntes.(...)

5. A terminar, fica a pergunta: aparições e visões, quem nos livra delas?
Deveriam ser as Igrejas, mas estas, convertidas em empresas multinacionais da religião (não há nenhuma que não faça negócio em nome de Deus: e então as chamadas novas Igrejas, nem se fala!...), preferem aproveitar-se das visões e aparições. Algumas até se apresentam à gente autenticadas por uma aparição/visão que teria acontecido - tinha que ser! - ao seu fundador (geralmente alguém com queda para o negócio...)


domingo, 5 de fevereiro de 2017

Quer ser o Candidato do PSD à Câmara de Lisboa?

Passos Coelho, aflito, por não encontrar ninguém que aceite ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, telefonou-me por estes dias, a perguntar se eu, que até já me disponibilizei aqui no blogue para vender o meu voto, se estaria disponível para ser o candidato do PSD.

Lá tive de me desculpar, recusando simpaticamente a oferta, porque não posso. Ando muito ocupado com isto da blogosfera, já viram? são três blogues, isto dá muito trabalho! e ocupa-me muito tempo! E agora são os treinos do ténis-de-mesa na empresa, e eu é que tenho de andar com aquilo para a frente, até já fiz um quase ringue - o colega arquiteto diz que parece uma arena dos touros... arquitetos! - e depois de ter comprado uma raquete nova, que tenho de limpar sempre que jogo. Ocupa-me muito tempo! É que a raquete não pode acumular sujidade nas borrachas, senão não serve para nada! Lá tenho de passar a esponjajinha em água de sabão, passar suavemente, e depois passar um pano microfibra para retirar a humidade. Sou muito ocupado!
Depois na minha caverna tenho cinco tartarugas e um jardim para cuidar! Quer dizer... ia-me agora mudar para Lisboa? Se me tinha falado há mais tempo, mas assim tão em cima não dá mesmo!


Em face desta minha recusa, e não existindo mais ninguém disponível, o Partido Social Democrata, liderado pelo ex-primeiro-ministro e agora líder da oposição - o tal que passou todo o ano passado a dizer que que viria aí o Diabo! que não veio! - viu-se então na obrigação de colocar um anúncio nos classificados do jornal Diário de Notícias, para ver se há alguma alma caridosa que esteja disponível para ser o candidato do partido!

Se está desempregado telefone já! Pode ser a oportunidade de arranjar um bom tacho!

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Máquinas Voadoras HB-JZR

Por vezes saio para caçar pássaros; outras vezes, há falta de melhor, apanho umas máquinas voadoras diabólicas:


Eyes Wide Open! 100 Anos de Fotografia Leica

Foi no fim-de-semana passado que me desloquei à Galeria Municipal do Porto (biblioteca) nos Jardins do Palácio de Cristal para ver esta exposição de fotografia. Era domingo, chovia e as minhas energias não estavam muito boas. Nem tinha sequer pensado em sair, apetecia-me era ficar no choco com os meus pensamentos depressivos. Até que uma amiga me pergunta se não queria ir lá. E pronto, logo alterei os planos e forcei-me a sair, que é sempre melhor do que ficar em casa a pensar na morte da bezerra. 

Nana, Place Blanche, Christer Strömholm (1961)

Gostei bastante. Eu gosto de fotografia e de imagens que marquem. Vi por lá muitas fotografias, daquelas que víamos nos livros da escola, como a rapariga a correr, nua, queimada por napalm, o beijo do marinheiro americano à enfermeira, símbolo do fim da segunda guerra mundial, ou ainda o conhecido perfil de Che Guevara. No fundo, aquela exposição conta quase a história do século vinte. 

Como é lógico, umas fotografias chamava-me mais a atenção que outras. E eis que, lá mais ao fundo, num cantinho escondido, quase envergonhado, e para gáudio da minha amiga, estavam fotografias de Nobuyoshi Araki. Apesar do interesse, eu demorei o tempo mais ou menos normal, que demorei para ver as outras fotografias que mais me interessaram. Há coisas que hoje em dia já me deixam a mim, homem, um pouco constrangido. Por exemplo, se calhar não é de bom tom ser demasiado carinhoso com crianças, porque ainda corremos o risco de passar por pedófilos! Então, perante as imagens fortes do fotógrafo japonês, preferi não me demorar demasiado... Ainda passaria por tarado sexual ou pior! Já a minha amiga, demorou uma eternidade...  até fotografou e tudo! As fotografias do autor andam aí pelo net, estas são só algumas imagens dos quadros com as fotografias da exposição que a minha amiga tirou:




Na exposição, além de Nobuyoshi Araki, poderemos encontrar, entre outros, muitos nomes sonantes da fotografia como: Julia Baier, Oskar Barnack, René Burri, Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, Gérard Castello-Lopes, François Fontaine, Bruce Gilden, Eva Kemlein, Saul Leiter, Susan Meiselas, Paulo Nozolino, Victor Palla, Alexander Rodtschenko ou Christer Strömholm.

A exposição está patente até amanhã, dia 5 de Fevereiro, e tem entrada gratuita. Já agora, no mesmo espaço, mas no pavilhão Rosa Mota está a decorrer até ao dia 19 uma feira do livro. 

Observação: Atentem nos pormenores. Reparem na linda mulher da primeira fotografia do fotógrafo sueco que faz a publicidade desta exposição... Não acham que tem um pescoço diferente?  
Nem tudo que parece é, e na verdade trata-se de um transsexual. De repente até me rio das inúmeras vezes que já passei por mulher... OK se calhar ainda hoje vou passando. 

Até na Morte dos Outros se Metem!

Já gostava de ouvir o Bruno Nogueira (com João Quadros) quando faziam o Tubo de Ensaio. Sei que entretanto está na rádio pública com o Mata-bicho, mas por causa das minhas rotinas nunca apanho o programa no carro. Por mera sorte, ontem, sexta-feira, liguei o rádio no trabalho e apanhei o programa. Bem potente como é habitual nestes dois. Não há cá vaselina ou lubrificantezinho para facilitar a assimilação. Não, tomem lá disto, que vai assim a frio e tudo! O tema era a Eutanásia, ou melhor, como é que vai a discussão sobre tema nas televisões. E pelo que parece que não estou a perder grande coisa! 

Endereço para o programa completo no fundo do texto
Por cá regressou o tema da eutanásia e eu e eu só aguentei cinco minutos de Prós e Contras sobre a Eutanásia, e depois tive de desligar a máquina. Faz-me uma confusão porque, o assunto é Eutanásia mas parece que estamos a discutir o "Nóstanásias". Chatos, muito chatos! Até na morte dos outros se metem! Uma pessoa nem em coma tem sossego! Eu conheço malta que é contra a Eutanásia mas a favor da pena de morte, e o mais admirável é que conseguem vestir-se sozinhos!

Vamos fazer um ponto da situação:
Fazer um referendo sobre a Eutanásia é do mais estúpido que existe. As pessoas são demasiado supersticiosas. Se põe um Sim no "A favor da morte assistida", acham que lhes vão dar azar. Um exemplo da superstição e de argumentos da idade das trevas foi o debate de quarta-feira na TVI - eu agradecia que alguém me explicasse o que faz um padre num debate sobre a Eutanásia - um padre porquê? Faz mais sentido um nadador salva-vidas, ou então uma couve, que ao menos já está no estado vegetal desde nasceu e tem algum conhecimento do tema. 

Vamos combinar uma coisa antes de irmos acampar. Se querem discutir a Eutanásia como deve ser, com uma base científica, façam o favor de deixar de fora o pessoal das religiões e os cangalheiros. Estou convencido que se fosse hoje, a igreja, não deixava morrer Jesus Cristo. Ah mas eu preciso morrer para depois ressuscitar... Ah nem pense nisso Sô Cristo, vai ali ficar ligado à máquina até ter cotão nas chagas. Não, não pode ser, se eu não morrer quem é que vai salvar a humanidade?
Oh sô Jesus, já lhe disse que todos os dias é lavado por uma enfermeira? Não. Então se calhar o Pai que espere. 

Começa logo aqui a lavagem cerebral. 
Um padre católico num debate sobre a Eutanásia é mesmo para inflamar as alminhas. Dizia o padre, de seu nome Américo Aguiar:
"Os portugueses não querem uma morte assistida, querem uma vida assistida". Volta Lili Caneças, estás perdoada! Eu ainda não percebi bem, mas esta malta não está ansiosa para ir ter com o criador?Não me digam que Deus gosta de congelados. No final do debate da TVI, que incluiu expressões como "mandar matar" em vez de Eutanásia, o padre virou-se para a deputada Isabel Moreira e disse: "Isabel, eu não desisto de ti". Provavelmente o padre Américo vai mandar nudes. Muito gostam os padrecos de se meterem em tudo. Que pena não haver extrema-unção em genérico, assim mais barato e dada por um civil a ver se ele gostava de ver os outros a meter o bedelho naquilo que é dele. 

Mata-bicho

Os Novos Pais

"Ai ai...  (que chatice) o meu filho está doente, tenho que o ir buscar, e assim (yuuuupi!) já posso tirar o resto da semana de baixa".