sábado, 2 de julho de 2016

O vírus dos auto-retratos mata cada vez mais

O vírus dos auto-retratos fez mais uma vítima mortal. Ainda não percebi bem, parece que lhe chamam selfes ou selfis, como se não existisse uma palavra em português para efeito. Que me lembre os pintores portugueses sempre pintaram auto-retratos, nunca tinha ouvido dizer que pintaram selfis! Mas de qualquer forma esse vírus chegou e instalou-se rapidamente no seio da população e está a matar cada mais. É preciso muito cuidado, transmite-se muito facilmente e há gente infetada por todo o lado!

E eu acho que já era tempo dos Estados investirem, por exemplo, numa vacina que possa pôr cobro finalmente a este grave flagelo, que faz cada vez mais vítimas, mortes que acontecem de forma totalmente estúpida. 




O vírus é muito silencioso. E o mais complicado é que o próprio infetado nem tem consciência que está doente, logo não procura curar-se! Pior, todos os que o rodeiam sofrem provavelmente do mesmo mal! Somos cada vez menos aqueles que estamos multi-resistentes ao vírus. Daí que seja normal vermos famílias inteiras, uns a fotografar os outros, enquanto a maioria se fotografa a si mesmo. Não interessa o motivo a fotografar, se este é mais ou menos interessante, o que interessa é que as próprias pessoas apareçam nas fotografias para depois as mostrarem na internet, para ver se conseguem o maior número possível de gostos, como se de repente fôssemos todos criancinhas em busca de atenção.  A última notícia foi esta semana, em que mais um turista morreu possuído pelo vírus do auto-retrato em pleno Machu Picchu. 



Tudo isto é obra do vírus. O vírus manipula e mete na cabeça das pessoas que serão extremamente populares e felizes na redezinha social da treta se mostrarem o quão interessantes são por aparecerem, e quanto mais idiotas e arriscadas forem as poses melhor! Chegamos ao cúmulo de termos ladrões a colocarem fotografias suas e do que roubaram na rede social e depois, claro, a serem de imediato detidos pela polícia. Todo o mundo está infetado, é preciso muito cuidado! 

Ainda por estes dias, quando visitava os jardins do Palácio de Cristal, não consegui tirar uma só fotografia à entrada do jardim Émile David, simplesmente porque dezenas de infetados se foram sentar em cima de umas letras que a câmara municipal lá colocou. E então era vê-los, portugueses e estrangeiros, às dezenas, uns a fotografar os outros, e muitos a fotografar-se a si mesmos, mesmo que estivessem sentados em cima das letras, sujeitos a danificá-las. 

Sim a destruir, porque há muito doente a destruir estátuas que estavam inteiras há milhares ou centenas de anos a serem danificadas pela moda dos auto-retratos!!





No fundo, este vírus torna as pessoas nuns quase mortos-vivos, incapazes de pensarem por si mesmos, numas verdadeiras criancinhas, não distinguindo o que é um comportamento normal, de um comportamento idiota e colocando muitas vezes a sua própria vida em risco. 

Daí que não seja à toa que este vírus esteja a matar mais que, por exemplo, as mortes por ataques de tubarão! É mais perigoso um infetado de máquina fotográfica na mão, que nadar com tubarões! Há gente a querer tirar fotografias a si mesmo apontado uma arma à sua cabeça; outros que se querem fotografar agarrados a edifícios, e depois conseguem um auto-retrato de morte! Literalmente!





Na Rússia, depois de várias mortes, nomeadamente da jovem que, totalmente possuída pelo vírus e se fotografou a apontar para si mesma uma arma, decidiram colocar avisos tentando chamar as pessoas à razão, assim como se as pessoas tivessem uma idade mental de cinco anos: "Cuidado, não se ponha à frente de um comboio pois pode morrer"!!!!



Deixo o alerta, se não quer morrer estupidamente, faça o diagnóstico. Provavelmente está infetado  pelo vírus do auto-retrato sem saber. 


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