quarta-feira, 29 de abril de 2015

Vidas cruzadas - Acontecimentos em cadeia

Por estes dias tenho refletido como é quase assustador pensar, que qualquer pessoa, com um pequeno gesto na sua vida, pode mudar, além da sua vida, a vida de todas as outras pessoas do mundo. Não sei se se trata de um destino com linhas orientadoras pré-estabelecidas, de livre-arbítrio, de um karma pelo qual teremos de passar, ou de meras coincidências. Mas seja lá o que for, sei é que todos nós, com aparentes pequenas decisões do dia-a-dia, estamos constantemente a mudar a vida de todas as outras pessoas.

A determinado momento as vidas das pessoas cruzam-se com as vidas de outras pessoas. Tropeçamos num desconhecido, que aquela hora e naquele determinado momento nos cumprimenta, e o simples facto de decidirmos, aceitar ou não, conhecer aquela pessoa, deixá-la entrar na nossa vida ou não, pode nesse exato momento ir mudar tanto a nossa vida, como a vida daquela pessoa desconhecida, como por consequência ir mudar também a vida de todas as outras pessoas do mundo.


Há muitos anos atrás, seguia eu no mesmo autocarro de sempre, e um sujeito, que ia sentado atrás de mim, e que tinha também como destino a mesma paragem, interpelou-me e fez-me uma pergunta acerca de uma revista que eu estava a ler. Naquele exato momento eu ainda não sabia, mas ao ter-lhe respondido de forma simpática, estava a abrir a porta para deixar entrar aquela pessoa na minha vida e brevemente aquela pessoa viria a transformar-se no meu melhor amigo durante muito anos.

E a coisa assume ainda maior relevância quando entramos no sempre complicado campo das relações amorosas. Se a pessoa A está numa relação há dez anos e num determinado momento decide terminar com a pessoa B, está nesse exato momento a mudar a sua vida, a vida da outra pessoa e de todas as outras pessoas do mundo. Senão vejamos, A e B seguem caminhos separados. Pouco tempo depois A vai-se envolver com C. Ora este C nunca que teria oportunidade de estar com A, se A não tivesse terminado a relação com B. Por outro lado, B segue a sua vida e vai acabar por conhecer D.... e aí por diante.

A determinado momento das nossas vidas, fruto das nossas decisões, chegamos a uma encruzilhada, mas fruto também das decisões dos outros, muitas vezes de pessoas que estão bem longe de nós, que nem conhecemos, mas que um simples gesto acabou também por mudar a nossa vida.

No fundo estamos mesmo todos interligados. 

domingo, 12 de abril de 2015

Jornal Público confunde as flores


A proposta é para delinear aquilo que o Livre chama “a agenda inadiável para uma nova maioria”. Os dirigentes do partido da tulipa falam de uma mesa-redonda que junte os partidos “anti-austeridade” para identificar as prioridades para a governação pós-legislativas, sem qualquer pretensão de fazer coligações pré-eleitorais. Mas que sinalize aos eleitores o quadro possível de alianças à esquerda em torno de assuntos concretos e “inadiáveis”, como a renegociação da dívida ou o emprego.


Ah porra! E eu que achava tanta graça a este movimento só mesmo pensar que o símbolo era uma papoila vermelha!